“Titus” Christopher Titus, 2000-02.

E isto quase que parece programático, mas não é garanto-te! Só calhou.
Enquanto acabo desiludido com o (expectável de prometido) brilhantismo da Lebowitz, volto (meio volto porque quando isto passou cá vi um monte de episódios, embora não todos) volto e vejo isto do princípio ao fim.
O Titus, de que eu já te falei, não conseguia ser o ianque mais matemática e quimicamente oposto à Lebowitz se tentasse... faz-me uma sitcom tecnicamente só acima da média (as laughing tracks são ao vivo diz ele, eu acredito quase sem ironia) e no entanto é diametralmente oposto só por duas razões:
a) o tio Titus tem coisas para dizer... e nada menos que coisas sobre doença mental, stress pós-traumático, negligência e abuso infantil (incluindo sexual), paternidade, masculinidade e relações entre géneros e gerações... e isto tudo no mais desprezível formato deles todos (a sitcom) no cenário mais desclassificado possível (a California dos brancos dos anos 90)... e no entanto é uma gritante obra-prima televisiva... e antes de mais porque
b) tem graça!! Faz-nos rir sempre, obrigatoriamente, intensamente várias vezes por minuto através das cenas mais horríveis que eu já vi encenadas à minha frente sem necessidade de sangue derramado...
Não dá para exagerar o brilhantismo disto... extremamente discreto porque escondido por debaixo da vulgaridade formal da comédia televisiva da época... não faz mal, eventualmente vai “ser descoberta” e transformar-se numa coisa “de culto”, entretanto chega-lhe ser OBRIGATÓRIA:

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