“A Arte Elétrica em Portugal” 2ª temporada, 2020.


Acabamos de ver isto... e eu que gostei tanto da primeira, tinha de ser castigado!
Completamente dominada pelo Rui Miguel Abreu (o mais pesporrente de todos os cancros do Blitz) esta temporada é absolutamente para esquecer, de tão focada nos queridinhos da crítica que é absolutamente exemplar para a velha piada da vanguarda que vai tão tão à frente que até perdeu de vista a massa popular.
E assim divide-se o tempo em: 1 episódio só para os Xutos (claramente por causa da morte do Zé Pedro, que na temporada anterior foram bem entalados entre os “projectos” do Ayres de Magalhães); outro para os sucessos esmagadores do primeiro do Abrunhosa e do “Mingos..” do Rui Veloso (absolutamente adequado)... e o resto é desgraça atrás de desgraça, dividida entre bandas boas mas overrated: Mão Morta (banda que mais gente diz que gosta sem nunca lhes ter ouvido um disco de Portugal), Pontos Negros, Vicious Five, Tédio Boys...
e os cancros absolutos que por muito que insistam não nos conseguem pôr a ouvir: Delfins (porque apesar de já terem morrido, sido desenterrados e morrido outra vez quando esta história começa, ainda têm mais tempo de antena que a maioria), o David Fonseca, os Blind Zero (20 anos depois ainda nos andam a tentar convencer, é fantástico), os Linda Martini, o JP Simões, o B Fachada, a Rita Redshoes, e todo o resto da escumalha que alguma vez passou à porta da FlorCaveira (faltaram os Gift e o Salvador Sobral para compor o ramalhete de lixo burguês, desalmado e vomitativo)...
Valeu pelo destaque aos Ornatos, ao Úria, ao Conan, ao Legendary Tigerman e aos Dirty Coal Train e pelo episódio dedicado ao Hip Hop (embora a pressa para fugir de Miratejo para os meandros bem mais literários e elitistas, e brancos, do rap portuense fosse muito evidente).
Quem é que não apareceu DE TODO:
os Clã,
a Naifa,
os Três Tristes Tigres (apesar dos Ban, essa pérola da vacuidade, terem aparecido na temporada anterior)
os Buraka Som Sistema (apesar de passarem um bom meio episódio a venderem-nos os Orelha Negra como a epítome do pós-coiso-e-tal),
os Blasted Mechanism, 
os Terrakota,
já para não falar em toda a música pimba que obviamente se electrificou e não mereceu um sopro de referência por mais que seja mais ouvida do que tudo e todos acima (incluindo os bons)....
Fantástico, a sério, fantástico,
o Rui Miguel Abreu merecia os tomates entalados numa gaveta dum armário atirado escadas abaixo.

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