“O Pai Tirano” António Lopes Ribeiro, 1941.

Por conta da pobre da tua sobrinha se queixar tanto do facínora do pai dela, a mãezinha dela começou a fazer a piadinha de “ai o pai tirano, o pai tirano..” e é claro que eventualmente tínhamos de o ver.
E agora é assim, eu lembrava-me que este filme era bom, mas francamente não me lembrava quão bom este filme é... a porra do filme é uma discreta obra-prima. A quantidade de camadas que a coisa tem, da gozação ao teatro dramático à falsa oposição ao cinema, às cenas cómicas míticas como a saída do Ribeirinho para o almoço ou os sucessivos pedidos de croquetezinhos de vitela da prima Teresa até ao suave product placement do Grandela, as perfeitas fotografia e realização, à inenarravelmente medíocre actuação da Leonor Maia como Tatão (verdadeiramente a Leonor Silveira do Lopes Ribeiro) isto é espantoso, a criança também achou, como é natural:
e agora, quando a criança faz fita clama-se por cá “p’la Tatão p’la Tatão... nem é mulher, é tambor!” e é ver o génio que é o Vasco Santana.

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