“De maneira que é claro...” Mário de Carvalho, 2021.

O meu Panteão literário nacional, mesmo que desorganizado é claro e escorreito: o Eça, o Torga, a Sophia, o Bocage, o Aquilino, o Gil Vicente, o Camões, o Pacheco, o Eugénio, o Antero, o Gedeão, a Mª Teresa Horta, o Pessoa e o Sá-Carneiro, a Florbela, o Pessanha, o Sá de Miranda, o Vieira, o Garrett, o Herberto e o António Aleixo, o Lobo Antunes e o Saramago, o O’Neill e a Adília e lugar cativo à espera da má hora o tio Mário.

(estou-me a esquecer dalguns de certeza, mas não penses que são a Agustina e o Camilo... simplesmente não gosto deles; já o Herculano só não aparece por ser tão insuportavelmente chatarrão)

O meu Panteão é melhor que o nosso (Sta. Engrácia como ainda lhe chamam os lisboetas), que a abarrotar de Braganças e cardeais-patriarcas mal tem espaço para o sublime (vá o Eusébio e a Sra. Dª. Amália mais dois dos acima)... seja como for de todos o que eu conhecia pior amando mais era de longe o camarada Mário (com a excepção do Gil Vicente de quem ninguém sabe ao certo coisa nenhuma)...

este livro corrige isso.

Overcorrect a tendência do autor (que detestaria a utilização do english) para o romance quando ele se fecha em página e um quarto por flash (perdido por cem, perdido por mil) memorial...

isto teria dado 5 ou 6 perfeitíssimos contos autobiográficos,

assim como assim, continua a ser um prazer ser-lhe contemporâneo e com ele partilhar uma língua.


 

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