“Legion” 2ª temporada, 2018.
Esta é a prova final de que a TV americana ultrapassou o
cinema americano, porque se já a tínhamos visto a tocar a filosofia (pelo menos
desde a cena final dos Sopranos) aqui estamos em pleno terreno da poesia: a
forma é tudo e tem mais narrativa que a narrativa.
Nominalmente a série é a propósito dum superherói da Marvel
ou coisa que o valha mas narrativamente (em duas temporadas) ainda não
aconteceu mais do o mocinho que primeiro pensamos que é maluco depois
descobrimos que afinal é um mutante telepata que é perseguido por um mau que
afinal começamos a desconfiar que afinal ele é que é o mau e o mau não é assim
tão mau... mas isto não interessa nada porque o brilhantismo é de forma e não
de conteúdo, e não dá para explicar sem
mostrar (eu não dou, que não sei falar sobre planos e fotografia), o que
eu sei é que isto devia ser obrigatório nas escolas de cinema em vez de
torturarem as crianças com os planos fixos do Manoel ou os contínuos do Sokurov.
Realização, cenografia, fotografia e o equivalente a encenação.. eu nunca vi
nada assim (figurinos também) nem no cinema, nem em lado nenhum.
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