“Wormwood” Errol Morris, 2017.

Acabo hoje o sexto episódio desta série documental do grande grande Errol Morris e ora ora ora.. a história anda à volta da morte dum moço chamado Olson (um bacteriologista do exército americano e funcionário da CIA) que em 1953 “cai” através duma janela do 13º andar dum hotel em Nova Iorque, e da obsessão algo autofágica que isto gera no filho mais velho. A história oficial por parte das autoridades vai mudando (de suicídio, para suicídio provocado pelo LSD que os coleguinhas da CIA lhe administraram secretamente, para marretada na cabeça e atirado pela janela não se sabe por quem..) com toda a sorte de desinformação a correr (o projecto MK-Ultra, de utilização de psicotrópicos pela CIA; a operação Artichoke, interrogatórios muito hardcore que a CIA andava a conduzir um pouco por todo o mundo; ou finalmente a utilização de armas biológicas pelos americanos na guerra da Coreia)... seja como for uma história muito suja que o Morris, no seu habitual virtuosismo, constrói a coisa a partir do filho e duma muito bonita e conseguida metáfora hamletiana.
Ora o drama é a forma... eu não sou nenhum calvinista do documentário como a tua mana (que nem narrador externo admite) mas se já não gosto muito de reencenações com actores em documentário (mesmo com actores tão bons como os que temos direito aqui) mas quando começamos a misturar as fotografias dos actores com as dos sujeitos a minha alminha de cinéfilo europeu estremece toda... seja como for, a coisa é BRILHANTEMENTE filmada e realizada como seria de esperar, com requintes de malvadez muito à tio Errol (como o relógio por detrás do filho durante as entrevistas estar permanentemente na hora da morte do pai):

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