“La Perfection Chrétienne” Georges Pichard, 2013.

Este c'est quelque chose... esperou 10 anos após a morte do autor para se ver publicado e não é como que o Pichard fosse conhecido como um púdico.
O Pichard é um dos grandes (top 5 facilmente) autores eróticos de banda-desenhada, um clássico entre os clássicos ainda em vida (a saga da “Blanche Epiphanie” chegava e sobrava para o entronizar)... eu ainda gosto mais da “Comtesse Rouge” onde ele força o sadismo, mas este c'est une toute autre chose... o mestre Pichard arranca páginas inteiras de antigos livros devotos (uma coisa que entretanto desapareceu, graças a deus nosso senhor e à republique, mas que esteve muito na moda até ao séc. XIX), livros que explicam à populaça (especialmente a que não tinha pilinha) como ser honesta e boa cristã, o que passava muito pela submissão e silenciamento do corpo feminino ao que tu e as tuas amigas feministas chamarão o patriarcado e a falocracia.
Ora o tio Georges contrasta estes textos especialmente bem escolhidos com as imagens mais obscenas, absurdamente pornográficas, insuportavelmente perversas e violentas que nem a tua nem a minha imaginações são capazes de conceber (e ainda bem)... o resultado é horrendo e fascinante ao mesmo tempo, basicamente insuportável ao mesmo tempo que titilante.
Um livro horrendo basicamente para toda a gente, não me chocava assim desde o Sade da minha adolescência, daqueles que os pais honestos arrumam nas prateleiras de cima onde não chegam as crianças,
eu adorei.

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