“Κυνόδοντας” (“Canino”) Yorgos Lanthimos, 2009.
Este andei muito tempo para acabar de ver, não para ver,
para acabar de ver! Porque comecei a vê-lo, mas é um filme tão medonho e
violento, surreal e perverso como discreto e contido... Por partes:
narrativamente a história é sobre uns pais tão protetores que fecham os filhos
em casa até pelo menos a adolescência com montes de mitos e terrores sobre o
mundo “exterior” onde eles nunca estariam seguros antes de se lhes caírem os
dentes caninos (daí o nome do filme e, acessoriamente, a metáfora final porque
os caninos são definitivos nos humanos e não caiem); cinematograficamente o
filme é espantosamente filmado, inteligentemente filmado, na maior parte
exteriores solarengos e grandes divisões da mansão familiar que só torna o
ambiente espantosamente claustrofóbico mais surpreendente; as actuações são
precisas, espantosas.. era de ir com um saco de óscares e palmas de Cannes a
estes moços e semeá-los como se semeia o grão (se os óscares e as palmas fossem
tão valiosos como o grão)...
Isto é um filme medonho, brutal.. que passa a categoria de
“bom filme” e só é debate entre a “obra-prima” e o esquecimento. É um filme que
eu nunca vou voltar a ver, mas que nunca vou esquecer também; um dos poucos que
eu disse “isto é para maiores de 18 anos”:
agora depois apercebi-me que tenho outros dois filmes
do realizador na minha lista para ver: o “The Lobster” e a “The Favourite”.
Que cena... eu vi o favorita. Diferente desse, certamente. Mas muito bem esgalhado!
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