“Relatable” Ellen DeGeneres, 2018.

Eu gostava da Ellen, quando a Ellen era uma comediante quase radical (ela nunca foi verdadeiramente radical, tomou uma posição radical uma vez mas isso é outra conversa) e por isso não fiquei maravilhado com a sua transformação na Oprah branca mas lésbica que ela é agora (e isso independentemente de todas as histórias de como ela é um monstro tirânico backstage... o backstage não é problema meu, eu sou público), mas isso é o menos, a rapariga tem de comer e uma casa para sustentar e por isso...
Mas a verdade é que a Ellen, se nunca foi a comediante mais raivosa e perigosa e edgy da turma, era culturalmente relevante... e agora está defanged, aburguesada, tépida e cuidadosa... e se a graça natural que ela sempre teve ainda está lá, ainda espreita de vez em quando, ela está claramente muito concentrada em não alienar o público de mães brancas de classe média que lhe enchem a sala (quando há 15 anos era um mix de lésbicas butch e travestis)...
A verdade é que há 15 anos atrás a Ellen era perigosa porque era uma lésbica assumida, passados 15 anos (em parte por causa da Ellen) ser-se uma lésbica assumida normalizou-se o suficiente para a edginess se esvaziar completamente; abanar isso como um badge of honor (que ela merece) é meio deprimente:

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