“Il a déjà tes yeux” Lucien Jean-Baptiste, 2016.

Isto é uma comédia francesa muito levezinha (para os maníacos que acham que o cinema europeu é só coisas muito difíceis e duras) que vimos num sopro na ausência da tua sobrinha só porque ainda não estou para lhe explicar as minudências do racismo humano... a ela coitadinha que continua blissfully ignorant no seu mundinho pós-racial.
A história é de um casal negro muito cool e modernaço a quem, em adopção, é dado um bebé branco (para lá de branco, absolutamente cerelac) e as reacções à volta... eles e os amigos brancos e cools sem stresses, a assistente social contra deste o início porque o sistema de adopções não é lugar para “experiências sociais” e os pais senegaleses dela horrorizados também (um olhar distraído ao cartaz e dá para ver não só quem é quem mas o argumento base também).
O filme não tenta ser uma tese (valha-nos alguma coisa), a construção é engraçada e funciona e claro que no fim temos uma solução ex-machina que converte todos os antagonistas a uma absoluta harmonia pós-racial totalmente wishful thinking num país que vota 30% num partido fascista...
mas eu estou a esforçar-me para não pensar nisto agora, só quero jantar e ter duas horas de sossego, e para isso serve. 

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