“Variações” João Maia, 2019.

E vamos hoje ver... tu propositadamente não disseste nada (fizeste muito bem) e eu não consigo elogiar isto o suficiente. Tirando o sacrossanto (o Canijo) isto é o melhor filme português desde “Os Imortais”... o primeiro filme português em anos (décadas) muito muito bom que é para toda a gente... e só isso, estranhamente, é um feito.
O argumento é brilhante, realização muito boa, actuações de encher o olho (este mocinho mexe-se como o Variações), figurinos, cenários, edição de som... tudo excelente e com uma economia de meios espantosa... o ambiente da Lisboa dos anos 80 (nos pequenos pormenores: a placa do “telefone público” ou as cassetes TDK, as pedras da calçada a segurarem as pilhas de jornais...) é absurdamente apanhado com... três carros da altura e montes de laca...
Aahhh saímos orgulhosos de ser portugueses daquela sala.
Mas quero saber a tua opinião.

Comentários

  1. É verdade, fiquei à espera que dissesses qualquer coisa (assim como estou à espera do Once upon a time in hollywood) porque este seria um dos casos em que me magoaria plenamente se não tivesses de acordo comigo.
    Eu adorei o filme! Emocionei-me até, confesso. Eu que não sou muito de me emocionar a ver filmes... Fiquei mesmo orgulhosa de todo o trabalho. Acima de tudo, senti uma grande inspiração. Acho que o filme é uma homenagem ao Variações. Eu que não fui sua contemporânea, saí com a sensação de que era uma pessoa bela e com pena de nos ter abandonado tão cedo. E, como artista (se é que já me posso considerar como tal), deu-me um enorme desejo de criar, de fazer, de não parar. Foi lindo...
    Só fiquei confusa quando saltam do início da sua ascensão para o fim da sua vida, mas acredito que fosse propositado, como quem "nós queremos mostrar-vos o antes, como ele chegou lá e não tanto a fama, pois essa já a conhecem".
    Ah! E adoro a minha cidade. Quanto mais a insultam aqui, mais sinto a sua falta.

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