“Le Crépuscule des Braves” Frank Giroud & Philippe Tarral, 1991.
Este é um livrinho não totalmente desinteressante:
competentemente desenhado e historicamente cuidadoso tem uma tese disfarçada
mais ou menos simples. A uma era de cavalaria ideal sucede um tempo de guerra
total, onde só interessa ganhar seja lá como for, sem regras nem moral. Isto é
muito bem ilustrado numa sucessão de episódios onde o velho cavaleiro honrado
(da protecção da viúva e do órfão) é confrontado com a metralha, o ferro e o
fogo da guerra moderna (do séc. XV) e sucessivamente esmagado.
O livro não é desinteressante e é decentemente executado e,
não fosse a dimensão absurdamente mastodôntica da minha colecção, era rapaz
para o guardar só porque sim... mas o problema é que a tese é um insultuoso
disparate.
A guerra não muda de natureza com a introdução de bombardas
que qualquer meco pode disparar nos 1400s... não passou de uma actividade linda
e nobre feita por belos cavaleiros para a brutalização industrial que temos
hoje aí, mas é isso que o livro nos conta ao só nos mostrar o horror da guerra
do depois: como se quando eram cargas de cavalaria de aristocratas bem
ataviados em faiscantes armaduras e coloridos sobrepelizes a passar a ferro filas
e filas de peões a guerra era menos suja menos movida exclusivamente pela
vontade de ganhar...
pois, dir-se-ia no Brasil: pipoca!
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