“La Strada” Federico Fellini, 1954.

A tua irmã diz qq coisa para o efeito da criança já ter volume que chegue para levar com um Fellini.. e eu pimba: “La Strada”.
Ora isto põe-nos a todos no fio da navalha, mas não faz mal porque somos todos sobreviventes por definição, somos todos os filhos dos mais vivaços dos tempos passados, seja como for, vai ser inevitavelmente duro.
Vemos esta obra-prima (o filme preferido de sempre do papa actual descubro depois) e eu a fazer um esforço bruto para não chorar logo no início com a cara da Masina e a música do Rota.
A tua sobrinha acaba debulhada em lágrimas e a gemer que não quer ver este filme (e eu também), o que só me confirma que estava no ponto caramelo para o ver... porque ela não percebeu a prostituição, violação, tráfico de humanos... mas percebeu a miséria e ainda melhor a miséria maior que é não saber dar valor ao amor que nos dão, foi aí que ela chorou, eu também... estou muito contente por ter feito isto, por mais que ela se vá queixar ao psicanalista daqui a 30 anos. A lição hoje não foi de Cinema ou de Estética (embora também o tenham sido, acessoriamente), foi de Filosofia!

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