“Dom Sebastião” Maria Augusta Lima Cruz, 2006.
Volta e meia lembro-me e continuo a foçar nos reis de
Portugal... e desta volta Sebastião, o Desejado... desejado antes de ser rei
(durante a gestação pós morte do paizinho), durante a infância entre as
regências da avó e do tio-avô, e depois da morte saecula saeculorum... parece
que o único momento em que ele não é especialmente desejado é enquanto o têm
como rei.
E não é de espantar... se entro com a imagem dum puto tolo e
vítima da militante consanguinidade dos Habsburgos, saio com o retrato de um
puto (que muito mais esperto do que esperava, com montes de queda para a
dialéctica por exemplo) não deixa de ser um péssimo exemplo de menino entitled
(cheio de certezas sobre o próprio brilhantismo), com a cabecinha cheia de
disparates duma cavalaria ultra-ultrapassada, alimentada por uma corja de louvaminheiros,
claramente engrandecida por uma virtualização duma virgindade que lhe explica
a, mais que misoginia, a verdadeira ginofobia (fora a mui possível
possibilidade dele ter sido vítima de abuso sexual de menores por um dos
padrecas que o rodeavam em menino, mas isso é outra história)...
no resumo... grande povo é um que a tal governantes
sobrevive, essa é que é essa.
O estilo da Maria Augusta, já agora... nem por isso:
timorata e palavrosa, dispenso.
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