Otelo 1936 – 2021 Requiescat In Pace.

O Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho, uma complicação para toda a gente (o que francamente mo faz acarinhável): o major no Movimento dos Capitães, que vai a General em 1975 e despromovido e re-promovido acaba Coronel num enorme retrato da (bendita! bendita? bendita?!) tendência nacional para as meias-tintas... o rapaz que queria ser actor.

A Esquerda concentra-se no cérebro táctico do 25 de Abril (enquanto lhe gaba silenciosamente a rápida radicalização do PREC); a Direita culpa-lhe as FP25 (enquanto silenciosamente não lhe perdoa ser o cérebro táctico do 25 de Abril), o resto da tropa (Vasco Lourenço e Ramalho Eanes incluídos) reconhecem-lhe a contenção no 25 de Novembro que nos salvou provavelmente dum princípio de guerra civil; ninguém se lembra de como ele foi instrutor na Legião, artilheiro em Angola e oficial da propaganda na Guiné.

A História é sempre complexa, mas tem alturas mais complicadas do que outras, e dentro dessas alturas complicadas às vezes há personagens verdadeiramente únicos; quem não acredite apresento-vos o Otelo.

A mim dá-me uns sérios ares ao meu primo Nuno,

ou o contrário naturalmente...


 

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