“Alexander the Great” Robert Rossen, 1956.

Francamente já nem sei como é que esta peça se me foi parar à lista, mas eu sou muito obediente aos meus eus passados e cá fomos.

A coisa é assim à épico peplum do antigamente mas claramente já sem o orçamento para milhares de figurantes, filmado em Espanha com agradecimentos encomiásticos ao governo do Franco e protagonizado por um Richard Burton que apesar de novo que chegue, parece velho para o papel (as litradas de vodka martinis carregam-se na cara) mas em compensação passa o tempo a comer o cenário todo; os figurinos são magníficos, os cenários fazem muito com pouca coisa, tens uma ou outra pérola (cavalgar sem sela em cavalos muito magrinhos dá um ar especialmente grego à coisa toda), mas depois temos o guião...

A coisa não começa mal, com um arreganho a uma discussão sobre o poder e a ambição; claro que a homossexualidade está totalmente ausente (anos 50) mas a compensação para o outro lado vai tão longe que fazem do Alexandre um garanhão tão grande que até as mulheres do pai (o Filipe, esse sim, um rabo de saia inveterado) o vemos a farejar; mas eventualmente o guião parece-se cansar e desiste de si mesmo em sequencias de cavalaria de fazer desesperar o mais paciente dos historiadores militares e eventualmente morre num suspiro sem dizer coisa nenhuma... nem, sequer temos direito a umas letras no fim a dizerem “ahh e depois aconteceu isto e aquilo”... o filme parece que desiste a meio de si próprio, uma pena, porque não é um filme feio (a cinematografia é muito boa) e quase desconfiamos que havia ali um filme que podia ter acontecido mesmo... apesar do capachinho loiro do tio Richard:

https://www.youtube.com/watch?v=IuEYgMPqwA4


 

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