“Regeneration” Pat Barker, 1991.


 

Livro duríssimo, mas se calhar só para mim.

A Ana e o Jeff deram-mo em 2019 e anda a lê-lo a custo desde aí... o livro é brilhante, seco e suave e absolutamente certo, um mel venenoso.

À volta da relação terapêutica entre o Siegfried Sassoon e o WHR Rivers (psiquiatra e antropólogo) aquando do manifesto pacifista a meio da guerra do primeiro; com o enorme Wilfred Owen a cavalo... este livro diz tudo o que eu tinha para dizer e tinha medo de dizer sobre a guerra e o trauma associado e é uma dor não ter sido eu mas um descanso estar dito e dito duma maneira que não pode vir a ser utilitarizado e mecanizado na produção da próxima guerra, uma escapatória que têm os poetas e os novelistas mas que é sempre mais estreita para os cientistas, mesmo de ciências tão pouco duras como a antropologia.

Obra-prima é pouco; diz que é só a primeira parte duma trilogia, deus me livre das duas seguintes.

O poema do Sassooon pela morte do Rivers:

 

To a Very Wise Man

 

I

FIRES in the dark you build; tall quivering flames

In the huge midnight forest of the unknown.

Your soul is full of cities with dead names,

And blind-faced, earth-bound gods of bronze and stone

Whose priests and kings and lust-begotten lords

Watch the procession of their thundering hosts,

Or guard relentless fanes with flickering swords

And wizardry of ghosts.

II

In a strange house I woke; heard overhead

Hastily-thudding feet and a muffled scream...

(Is death like that?) ... I quaked uncomforted,

Striving to frame to-morrow in a dream

Of woods and sliding pools and cloudless day.

(You know how bees come into a twilight room

From dazzling afternoon, then sail away

Out of the curtained gloom.)  

III

You understand my thoughts; though, when you think,

You’re out beyond the boundaries of my brain.

I’m but a bird at dawn that cries ‘chink, chink’—

A garden-bird that warbles in the rain.

And you’re the flying-man, the speck that steers

A careful course far down the verge of day,

Half-way across the world. Above the years

You soar ... Is death so bad? ... I wish you’d say.

 

.1920

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