“Gente bem” José Vilhena, 1970.
O GRANDE Vilhena é muito estranho nunca te ter falado nele. O Vilhena é não só um gigante do cartoonismo fim de regime à altura dum Sam, um tipo que já chateava antes (3 prisões e montes e montes de apreensões pela PIDE), continuou a chatear durante (a “Gaiola Aberta” é provavelmente a obra-prima) e foi chateando até cair da tripeça (com 69 ainda lançou uma revista que haveria de durar uns 7 anos, o que é de record para revistas de humor em Portugal); como um imensamente prolífico autor de novelas erótico-badalhocas... o tipo escrevia bem mas nunca me puxou muito, cai naquela meia-coisa que não é tão longe que me choque nem tão bem escrito que valha a pena por aí. Mas este picou-me a curiosidade, de 1970 e especificamente sobre a élite... e é espantoso, a fineza e brutalidade do bicho são de deixar a boca aberta, não há golpe que não corte e ainda hoje isto dava um filme muito bom, lê-se num sopro e não dá para entender como é que isto passou na censura.
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