“Il Cimitero di Praga” Umberto Eco, 2010 (tb. “O Cemitério de Praga”).
Ao tio Umberto chorou-se cá em casa como nenhum outro italiano desde o Pratt, desde o Fellini.
O tio Umberto reconciliou-me com o conceito do romance (continuo a dizer: essa desgraça que nos inventou o Flaubert, se é preciso tanto papel para descrever as cambalhotas da mulher entediada do doutor?) mas se forem as elucubrações 1/2 tomistas 1/2 sherlockianas do irmão Guilherme (para não falar do subtil código da arquitectura da biblioteca) assim sim são precisas 400 páginas!
Mas o tio Umberto sofreu da desgraça do Pedro Abrunhosa, o primeiro tiro foi tão forte que tudo a seguir pareceu desnecessário... mesmo assim adorei “O Pêndulo..”, gostei muito do “Baudolino” e da “... rainha Loana”; o “..número Zero” achei demasiado específico... mas nunca o li sem intenso prazer.
Este... este é um uma obra-prima barroca para um público muito específicozinho: tolinhos da teoria da conspiração e propaganda que não acreditando nelas, as levam muito a sério... um publicozinho muito específico de que faço parte e só posso cair de borco perante a absurda erudição, fina elegância e certeiro humor deste mestre, estou esmagado.
Este homem foi um colosso de que eu fui contemporâneo,
eu vivi no tempo de Umberto,
tenho dito.
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