“A Pide Leninha” 2 episódios, Leandro Ferreira & Jorge Sá, RTP, 2022.
Não me bastava tentar explicar a slickness do fascismo nacional às criancinhas do 6º ano como, de descanso, ainda me meto em cenas destas...
Agora vamos por partes: tecnicamente isto é fraquinho à brava. Fora as foleiras recriações (mesmo que muito modernaças e verter tortura em anúncio estiloso de perfume ou bem montadas mas mal identificadas, as das declarações em tribunal da criatura, se é que foi isso que vimos...), a verdade é que investigação dos “documentaristas” é 0/0... nadica de nada; isto foi pegar as vítimas 50 anos depois e, com mais ou menos risco de retraumatização (e há casos em que a vemos acontecer à nossa frente) pô-las a recontar a tortura; e ‘tá a andar de mota!
Agora isto é como a Milgram Experiment, eticamente foi uma cagada monumental, mas e agora, não a olhamos?!
O que vemos é estranhamente curioso... mesmo no militante esquecimentismo nacional há pides com dificuldade em serem esquecidos, por militantismo fascista ou puro sadismo (um Rosa Casaco, um Tinoco, um Mortágua...)... uma das mais temidas ser uma mulher (a única chefe de brigada), com pinta de pacata Cidália, que aliava um total fanatismo salazarista a uma chocante pulsão sádica, é absolutamente paradoxal para o tempo e o regime... mas os louvores acumulavam-se... a torcionária ter acabado como ama de criancinhas é quase de esperar na nossa pícara história.
Portugal é um lugar estranho:
https://www.rtp.pt/programa/episodios/tv/p43878
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