“Le Fanfaron” Lele Vianello, 1993.
O temido encontro.
Contexto:
O Hugo Pratt, o maior de sempre, não tem um desenho, tem três: um muito duro e riscado da juventude, um medio/medio da maturidade e um extremamente fluído totalmente poético e com uma qualidade de aquarela mesmo que seja esferográfica na velhice... ninguém nunca desenhou como o raça do homem. O facto de ele desenhar poesia e sentimentos com a precisão de quem reproduz fardas militares (e às vezes declamar poesia com fardas militares) é o que lhe demonstrava, gritava, o génio...
Nunca ninguém desenhou como o gordo veneziano...
a não ser o Lele.
O Lele é um caso. O Lele, fora ser o discípulo bem-amado dos últimos anos do mestre (o que eu agora discuto internamente ser piada aos vindouros ou sintoma de senilidade do cabranote do Hugo) e eleito dos herdeiros para “continuar” (uma óbvia aberração só explicável pela auri sacra fames) a verdade é que apanhou completamente o desenho (o medio-medio) do velho... tão completamente que me engana os olhos a mim, A MIM.
O Lele, com o que tem nas mãos, que em rigor é uma maldição porque o que é que tu fazes se podes escrever uma peça do Brecht?! Escrever uma peça do Brecht que não é dele é tua? Como? C omo é, a forma não é o meio?! Se a forma é doutro isso não é o auto-apagamento imediato?
Eu não sei qual é a solução para a vida que o Lele Vianello escolheu para si próprio.. eu sei que não pode ser esta: em vez de fugir ele lean in o ambiente é próximo e o tipo de história aponta para a mesma direção, mas em vez de cuidado meticuloso temos uma leve leve abaixo de mediterrânico, em vez de esprit temos Jim del Monaco, em vez de poesia temos farsa revisteira, em vez de filosofia temos momentos a abanar entre o racismo puro e o neo-colonialismo deslavado de hoje em dia disfarçado de gracinha pô já não se pode dizer nada, isto é uma ditadura do politicamente correcto se alguém se queixar da minha piada de pretos...
isto é tudo medonho de assustar.
Morra o Vianello morra, PIM!
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