“Star Trek Discovery” temporada 4, 2021 / 22 e os “Blue Bloods”.
A narrativa só tem de ser boa, mas também pode ser propaganda, e se for propaganda para o meu lado (o certo), melhor.
Isto é tudo isto.
Como os “Blue Bloods” são a súmula de propaganda regressiva muito bem produzida e decentemente escrita (pelo menos para reconvencer quem já está convencido) como sendo: a estrutura está fundamentalmente correcta, a autoridade dificilmente errada e no fundo somos todos amigos e querer discordar é defeito de feitio (o velho sonho, pesadelo diz a outra metade da humanidade se não mais, do professor António Oliveira Botas)... foda-se! Será que os ianques se apercebem que até o nome tem overtones historicamente rácio-classistas?! O sangue azul que os gringos associam naturalmente à thin blue line não dá para desassociar do nosso (europeu) mito do sangue azul dos aristocratas, só porque eles sendo tão brancos como os restantes, não andando ao sol como os comuns, não se bronzeavam e continuavam pálidos (o que era automaticamente bonito até anteontem) a exibir veias azuladas logo abaixo da epiderme.
Mas para malandro, malandro e meio! Se eles têm os “Blue Bloods” feitos Riefenstahl a convencer que está tudo bem fora os madraços venenosos que não fazem nem deixam fazer e que o que temos é que confiar no bigode do Tom Selleck e no “Observador” e na estrutura e prontos; nós temos o “Star Trek Discovery”...
uma antevisão do que poderá vir a ser “normal” de antigo e ninguém bat an eyelid, uma realidade de gente racional do não-me-molesta-não-me-afecta (a velha tolerância do velho Voltaire), do é diferente mas não tenho de ter medo, do a primeira resposta ao novo não tem de ser agressão...
A nossa é tão imaginada e criável como a deles,
só mais bem escrita
e bem actuada,
e mais bonita.
And
we’ll find a way.
https://www.youtube.com/watch?v=9St3TlNPrFs
O David Cronenberg e a Tig Notaro de quebra,
são só doces!
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