“O Dia do Regicídio” 6 episódios, 2008.
Esta foi daquelas que eu, enquanto programador, impus e francamente às vezes mais valia estar sossegado.
Primeiro não temos argumento para seis episódios, por isso o padding de repetições e flashbacks e flashforwards e maltinha a olhar para o nada e mete a música e diz ao colega para segurar a pose que depois fazemos em pós é legião... isto tínhamos aqui 3 episódios no máximo e fizemos 6 e nota-se muito...
Há aqui montes de coisas boas note-se! A linha política do argumento é exactamente a da contra-hegemonia cá de casa: o Carlinhos e o Luís Filipe eram humanos sim senhor, mas basicamente umas carraças sociais defensoras do sistema de classes e da ditadura do João Franco e despachá-los ad patres justifica-se.
Historicamente o Buíça é mesmo um stor com mau feitio e óptimo atirador, o Alfredo Costa um primo mais organizado, o Aquilino não sabemos mto bem... a série apanha isto muito bem, com os acrescentos da Márcia Breia porque sim (e eu concordo), o gigante do Grosso para fazer de Artur Luz d’Almeida (uma figura particularmente nebulosa e interessante nesta fase, um tipo que detesta ser fotografado o que é logo bom sinal), o Ricardo Aibéo para Buíça (que vai óptimo), o Wiborg para Alfredo Costa (que também), o Pedro Wallenstein de D. Carlos (óptimo), o Adriano Luz de Franco ou o Raposo de Mello Breyner ou o Norte de Lobo Vasconcellos (não fazem nada mas estão jóia)... o Virgílio Castelo de Afonso Costa em 1908 já é para rir um bocado (apesar de ele trabalhar como um mouro, o casting é que é piada)... e finalmente a Suzana Borges a massacrar ainda mais a Dona Amélia a saltitar alegremente entre português absolutamente de Lisboa, sotaque da treta de filme amaricano e francês das obras (com um sotaque mais agressivamente tunga que o meu) o que cá em casa rende sempre gargalhadas.
Isto se fossem 3 episódios era passível... o esticar só destapa o rabo ao gato.. e o gato é medíocre à brava.
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