“The Mission” Roland Joffé, 1986 (tb. “A Missão”).

Mostramos esta martelada mental à criança... porque a criança se lhe está a acabar o tempo de ser criança.

Para um filme que não é cinematograficamente perfeito, o que rende politicamente é mesmo mesmo muito especialmente no Portugal dos bons patrões coloniais que nem sequer sabem o significado dos vocábulos “genocídio” e “indígena”... a música ser do Maestro Ennio claro que arredonda os ângulos caso os houvesse.

A discussão, para orgulho nosso, discorre para qual a resposta correcta? A do Rodrigo ou a do Gabriel... a violenta ou a quietista, e não há resposta correcta nem errada, muito menos no quentinho dos bem-alimentados, mas a verdade é que é bom que nos perguntemos e preparemos a resposta: quando é enough is enough? À conta disto e da escola pensava como estar no mundo... e para mártir, como o Gabriel, já dei... foram muitos anos a trabalhar para o boneco (ou a causa) e em rigor sempre me caucionei e nunca engoli nenhum sapo que não conseguisse digerir (ser branco, burguês e heterossexual não teve quase de certeza nada a ver com a lustreza do percurso)... nunca fui abaixo de profissional, muitas vezes continuo a ser o militante... não tenho nem quero ter a queda para o mártir à Gabriel. Até à merda bom rapaz que só grita quando tenho de gritar, porque podendo evitar prefiro calar. Quando for de gritar, grita-se; quando for a merda antes Rodrigo que Gabriel... houve muita coisa que eu quis ser, santo? nunca.


 

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