“Prática Divinatória e Exercício do Poder – o jogo de búzios nos candomblés da Bahia” Júlio Santana Braga, 1980.
Ai o sossego que é ter tempo para se ler o que nos apetece!
Este andava para aqui a rebolar há uns tempos longos e é um gosto uma pessoa sentar-se a ler sem ter um fim prático (a porra do e-folio disto ou daquilo...), um gosto ainda maior quando corre bem: aqui o Júlio Braga é um antropólogo respeitabilíssimo lá da Bahia, muito dentro do estudo do Sagrado, o pé atrás que eu tinha é que ele também é babalorixá de Xangô e Antropologia do Sagrado é terra da louca da casa cheia de espaço para tolinhos gone native... graças a Exu (o meu santo) o pai Júlio é a antítese dos tolinhos com que levamos à legião nas mesas de “Religião” em congressos antropológicos, que normalmente combinam demasiada crença com escasso conhecimento... aqui o pai Júlio é mais conhecimento e lucidez, o que eu no meu essencial cinismo não desconsigo incompreender. O gajo faz a melhor análise do processo de criação e sustentação do poder sacerdotal (em 8 pp.) que eu já vi, sendo ele próprio um sacerdote. Este tipo é um óptimo antropólogo e um padre muito interessante.
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