Discografia DXLIX R.E.M.

Isto é inevitavelmente daquelas bandas com que inevitavelmente embirro, porque por mais inegavelmente brilhantes que sejam vêm com uma carga de “pop mas cabeça” que me fazem logo revirar sonoramente os olhos (ver o que o nome da banda não quer dizer para empatizar). Seja como for ainda são um catálogo pouco modesto na minha discografia: a primeira com que me apanharam foi a mais incaracterística das suas canções “Shiny Happy People” ainda por cima com a maníaca da Kate Pierson dos meus queridos B-52’s... mas é com “Automatic for the People” (1992) que me apanham mesmo... por falar nisso: há um fim-de-semana muito pouco tempo depois de tu teres nascido que a malta resolve ir para o Algarve para a casa dos teus pais em Albufeira. A malta citada é a tua irmã, a Catarina, a Inês e eu e os namorados delas (respectivamente o Hugo, o Zé e o Ricardo) eu estou desasado ao tempo. Eu vou com elas um dia antes (o resto dos rapazes vêm no dia seguinte), elas passam a noite a falar de epidurais e contrações e dilatações e eu como não tenho nada para dizer bebo uns copos do que tínhamos levado mais o que os teus pais para lá tinham... eventualmente a elas dá-lhes o sono e eu fico (não me lembro onde supostamente dormi) a ouvir (de certeza num walkman) o “Automatic for the People” em K7... com um sério grão na asa ouço:

https://www.youtube.com/watch?v=ahJ6Kh8klM4

e foi a segunda vez que nadei todo nu à noite, na piscina imediatamente acima da actual casa do teu paizinho em Albufeira... não consigo ouvir esta música sem re-sentir a água fresquinha nos meus entrefolhos expostos ao luar.


 

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