Discografia DLXXI Renaud.

Não te vou tentar vender o tio Renaud outra vez, 
mas vou traduzir-te outra. Há uns anos, correu o rumor (nos jornais e televisões) que o Renaud tinha 
morrido, o tipo já era velho à brava e estava mais ou menos retirado para o campo e na volta o que 
temos, em vez dum espirituoso “the reports of my death are greatly exaggerated” à Mark Twain, 
foi um muito mais tinhoso (e à boa foleirice rockeira francesa dos 60’s), tinhoso mil vezes tinhoso, 
continua o puto que na pós-liberation levou o panfleto americano com as fotos de Birkenau para o 
professor a dar uma lição sobre para onde tinham ido os judeus franceses durante a guerra:
https://www.youtube.com/watch?v=uv37yxc51bE
 
 
Toujours Debout.  
 

Toujours vivant, rassurez-vous Toujours la banane, toujours debout J'suis retapé, remis sur pieds Droit sur mes guibolles, ressuscité

Tous ceux qui tombent autour de moi C'est l'hécatombe, c'est Guernica Tous ceux qui tombent, tombent à tour de bras Et moi je suis toujours là

 

Toujours vivant, rassurez-vous Toujours la banane, toujours debout Il est pas né ou mal barré Le crétin qui voudra m'enterrer

Je fais plus les télés, j'ai même pas Internet Arrêté de parler aux radios, aux gazettes Ils m'ont cru disparu, on me croit oublié Dites à ces trous du cul, j'continue d'chanter

 

Et puis tous ces chasseurs de primes Paparazzis en embuscade Qui me dépriment, et qui n'impriment Que des ragots, que des salades

Toutes ces rumeurs sur ma santé On va pas en faire une affaire Et que celui qui n'a jamais titubé Me jette la première bière

 

Toujours vivant, rassurez-vous Toujours la banane, toujours debout Il est pas né ou mal barré L'idiot qui voudrait me remplacer

Je dois tout le temps faire gaffe, derrière chaque buisson À tous ces photographes qui vous prennent pour des cons Ceux-là m'ont enterré, un peu prématuré Dites à ces enfoirés j'continue d'chanter

 

Mais je n'vous ai jamais oublié Et pour ceux à qui j'ai manqué Vous les fidèles, je reviens vous dire merci Vous m'avez manqué, vous aussi

Trop content de vous retrouver Je veux continuer nom de nom Continuer à écrire et à chanter Chanter pour tous les sauvageons

 

Toujours vivant, rassurez-vous Toujours la banane, toujours debout Il est pas né ou mal barré Le couillon qui voudra m'enterrer

Depuis quelques années, je me suis éloigné Je vis près des lavandes sous les oliviers Ils m'ont cru disparu, on me croit oublié Ces trous du cul peuvent continuer d'baver Moi sur mon p'tit chemin j'continue d'chanter

 
 
Ainda de Pé.     
 
Ainda vivo, assegurem-se
Ainda a sorrir, ainda de pé 

Estou recuperado, de pé outra vez

Bem nas minhas pernas, ressuscitado.

 

Todos os que caiem à minha volta

É a hecatombe, é a Guernica

Todos os que caiem, caiem aos molhos

E eu ainda aqui.

 

Ainda vivo, assegurem-se
Ainda a sorrir, ainda de pé 

Ainda não nasceu, o mal-nascido

O cretino que me há de enterrar.

 

Já não faço as tvs, nem sequer tenho internet

Parei de falar às rádios, às revistas

Acharam que desapareci, acreditaram-me esquecido

Digam a esses olhos-do-cu (filhos da puta) que eu continuo a cantar.

 

E depois todos esses mercenários

Paparazzi emboscados

Que me deprimem e que só imprimem

Guisados e saladas (tretas).

 

Todos esses rumores sobre a minha saúde

Nem vou dar conversa

E o primeiro que nunca abanou

Que me atire a primeira cerveja (bière em vez de pierre, cerveja/pedra).

 

Ainda vivo, assegurem-se
Ainda a sorrir, ainda de pé 

Ainda não nasceu, o mal-nascido

O idiota que me há de substituir.

 

Tenho de ter cuidado o tempo todo, atrás de cada arbusto

Esses fotógrafos que vos acham parvos

Esses que me enterraram, um pouco prematuramente

Digam, a esses merdosos (enfoiré: merdoso é pouco, é mais diarreiarado) que eu continuo a cantar.

 

Mas eu nunca vos esqueci

E para aqueles a quem faltei

Vocês os fiéis, volto para vos dizer obrigado

Eu também tive saudades vossas.

Muito contento por vos reencontrar

Podem crer que quero continuar

Continuar a escrever e a cantar

Cantar para todos os selváticos (rebeldes, tinhosos).

 

Ainda vivo, assegurem-se
Ainda a sorrir, ainda de pé 

Ainda não nasceu, o mal-nascido

O colhão que me há de enterrar.

 

Foram uns anos que eu me afastei

Vivi ao pé das lavandas, sobre as oliveiras

Acharam que desapareci, acreditaram-me esquecido

Esses olhos do cú podem continuar a babar

Que eu no meu caminho, continuo a cantar.


 

Comentários