“Les Faux-Monnayeurs” André Gide, 1925.
Este Gide é um finório.
Isto é absurdamente bem escrito, muito romance fundo onde por um lado não “acontece” nada e por outro se mostra quase tudo. O gajo tem muita piada, muito esprit, e passa a vida a puxar-nos o tapete por de baixo dos pés e a mudar de registo e mandar a língua de fora e subverter aquilo que o leitor “acabou de perceber”... isto é brutalemente bom, quase violento para quem vem da simplicidade honesta e competente da Mantel... muita evil twink energy, não soubéssemos e tínhamos ficado a saber, um bocado naquele uncanny valley entre a narrativa e a filosofia que a mim à vez me entedia ou me zanga por não estar a tirar notas. Não é o falso profundo, o Gide é mesmo profundo, mas arrepela-se-me dalguma maneira.
O que não impede que isto seja o livro que mais me admirou para aí desde o Roger Williams.

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