E sossego?

Não me obriguem a vir para rua gritar” dizia o Zequinha, o tio Victor ainda mais explícito com “el derecho de vivir em paz”... o mundo “pula e avança” necessária, inevitável, inexoravelmente, duma maneira tão concreta e definida como outra coisa qualquer... e depois temos de um terço a ligeiramente mais de metade a tremelicar porque não é tão estupidamente feliz como quando era criança e as coisas lhe pareciam sintónicas porque eram muito pequeninos (e estúpidos) e a culpa não é de todos que não tenhamos sido capazes de assumir a necessária, inevitável, inexorável mudança.

Eu hei de ler filosofia e as notícias e antropologia e sociologia e história e ver vídeos dp youtube sobre pop culture até ao fim dos meus dias e estou mesmo a ver que nunca me hão de explicar esta pulsão reaccionária,

e a palavra é esta! Reacção.

Reacção porque é antes de tudo o resto reacção áquilo que todas e quaisquer primeiras duas linhas do mais merda manual de história te ensinam imediatamente: os humanos vivem mais socialmente que biologicamente, a maneira SOCIAL como os humanos se organizam é historicamente decorrente, IPSO FACTO sujeita a permanente mudança (NOTA: a mudança não tem carácter moral, não é melhor nem pior, não é “progresso” ou se o é, é sem a garantia de ser “melhor”, a única que coisa que garante é não ser igual ao antes; NOTA 2: vão haver sempre montes deles que vão espernear bracinhos e perninhas, tipicamente a agarrarem-se à imagem dum passado totalmente inventado e no fim não lhes vai servir de nada).

Esta é a parte que eu percebo... a parte que me falta é saber o que faço com estes cabranotes burros e ceguinhos e ainda por cima arrogantezinhos com os seus falsos “sempre foi assim!” e que ainda por cima ficam chocados com a “arrogância” de quem os nega só porque sabe história, antropologia, filosofia.. é preciso uma puta duma paciência de fazer chorar um santo chinês.

As contraditórias pulsões para a apatia ou o bombismo são muito evidentes, ambas me continuam essencialmente horrorosas, a regra de base continua válida: sei quando é preciso gritar e aí, foda-se lá o caralho, ainda continuo a gritar... mas quem me dera o sossego de viver em sossego... 60% dos problemas são inventados pelos cabrõezinhos e nenhum dos outros me afetam porque me calhou a lotaria de ser (tipo) branco homem burguês e (basicamente) heterossexual...

No fim olho para os tolinhos, a espernear bracinhos e perninhas contra a História, e se calhar salvaram-me de achar que estava tudo jóia, se calhar foi a empatia com a transexual islâmica abortista eco-terrorista anti-sionista poliamorosa de cabelo azul (ou pelo menos com a possibilidade desse fétiche) que me impediu de me transformar num Pangloss na melhor versão do melhor mundo dos mundos possíveis. Como sempre: foda-se lá o caralho!


 

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