“The Favourite” Yorgos Lanthimos, 2018.

Este é do nosso amigo grego do “Canino” e vamos por partes:
historicamente o filme é uma lição de como a história chega... o argumento enche aqui e ali aquilo que não sabemos com prováveis e possíveis, mas respeita o tempo, o espaço, a roupa, a maneira como nos movemos e as personalidades, a psicologia das personagens... por aí é perfeito, soberbo nos pequenos pormenores de como se dança, como se trata a criadagem, como nos divertimos estupidamente... como se constrói uma narrativa sobre o poder, o seu excesso, a fome, a necessidade e o beco sem saída..
Em termos de actuação é de primeira água: não chegasse a tripla Colman / Weisz / Stone, tudo à volta é absurdamente competente para não dizer luxuoso.
Falando especificamente de realização, cinematografia o menino Yorgos flecte um bocado.. se calhar um bocadinho a mais. O filme é soberbo de se ver, lindíssimo e cheio de truques muito visuais, mas se calhar até de mais... e daí se calhar o excesso condiz com o barroco da época...
mas o verdadeiro pecado é que é um filme sem fim, sem chave que lhe dê coerência.. deixa-nos pendurados e é uma pena porque estivemos a meio milímetro da obra-prima.
mesmo assim é muito de ver:

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