“Breum 1” ”2” “3 C’est pas la taille qui compte” “4 sur ta mère comme au ciel” “5 Ça va bien s’passer” Marsault, 2015 / 16 / 18 / 20 / 22.

Do céu para o inferno.

Da série tinha algures no arquivo os dois primeiros e agora os amigos da pirataria começaram a soltar os seguintes e eu depois de ver o que era, saquei tudo e tudo papei, abismado.

A crítica local tem militantemente demolido isto e com óptimas razões e sempre errado. Isto é o corpus mais assustador (pela sua pura eficácia) de arte fascista que eu já vi desde a copaganda banal dos Law & Order da vida... mete o Goebbels e todos os arquitectos modernaços do Mussolini no chinelo todos os dias da semana.

A ideologia é duma pessoa se benzer: velha violência como resposta masculina, xenofobia básica, anticomunismo primário, masculinidade tóxica red-pill com mulheres abutre entre a puta e a puta, cuidadoso evitamento do antissemitismo e islamofobia (que geram processos em França) o que só reforça o pernicioso do autor e do processo.

A forma é gloriosa. Desenhado às vezes ao nível dum Boucq, a graça varia entre a absoluta e pura brutalidade (que eu não finjo que não tem peso nem valor) e a total e profunda poesia filosófica... este tipo é qualquer coisa, um skinhead e um filho da puta dum propagandista neo-nazi, mas qualquer coisa.

A crítica bem-pensante saía-se melhor a ignorá-lo do que a tentar desmontá-lo com tecnicalidades, porque o cabrão é um talento perdido para o lado da Humanidade... eu desconfio mesmo mesmo muito da biografia de trolha parisiense de banlieue autodidacta, os humanos são muitos espantosos, mas quando os exemplos para o espanto calham a ser nazis militantes (e não aches que chamar nazi ao Marsault é exagero de internet), eu tendo a desconfiar.

Seja como o for o animal é brilhante, só que brilhante do mal, é como a Riefenstahl... tenho de me lavar antes e depois (neste caso ler e deitar fora), mas vou ler.


 

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