“Anul Nou care n-a fost” Bogdan Muresanu, 2024 (tb. “the new year that never came” “O Ano Novo Que Não Aconteceu”).

Quatro histórias se não confluentes, pelo menos entrecruzadas de 4 tipos nos dois, três dias antes da queda do Ceausescu: uma velha fina com um filho na PIDE e um problema pessoal com a política de urbanização forçada do regime, um operário que a ajuda nas mudanças e se apercebe que o próprio puto inadvertidamente o delatou à Securitate (a PIDE do tio Nic), uma actriz do reviralho (vizinha do operário) que se vê obrigada a fazer o discurso de elogio da emissão de fim de ano e o filho do realizador dessa emissão que resolve fugir para o “Ocidente”.

A coisa é primorosamente (mesmo que muito programaticamente) arquitectada, entre os que desistem, os que entregam, e os que desobedecem (por desespero ou fé) e derrubam a podridão esclerosada fascista do “comunismo” do Ceausescu... é quase demasiado certinho... mas por uma vez não vou fazer como faço sempre quando é com o nosso, porque não é o meu, e se há povo a merecer um conto mais cor-de-rosa é o bendito povo da Roménia!

O fim é absurda e deliciosamente épico e quem dera à Maria de Medeiros ter as unhas deste Bogdan para fazer do Salgueiro Maia o que ele faz com dois anónimos invisíveis:

https://www.youtube.com/watch?v=Xj_gHuAf8r8


 

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