Behind the Bastards “Antonio Salazar: the smartest fascist dictator” 2 episódios, Robert Evans & Sophie Rae Lichterman & Jeff May, 2025.

Eu sabia que este dia havia de chegar e chegou e justificou-se-me a relação para-social. De demasiados observadores de fora de assuntos em que eu estou por dentro eu sei quão temível é este momento: aquele em que o observador de fora com quem tu simpatizas, olha para aquilo de que tu sabes de certeza mais do que ele.. é aí que a porca torce o rabo. Já tive esse momento com o meu querido Cleto e foi a miséria que se viu (e como ele demasiados).

Mas o tio Robert não engana, é como o cabrão do Presto, limpeza total! Duas horas sobre o Botas e fora o enternecedor de dizer “Salazar” como se ele fosse um chefe de cartel mexicano (e se cagar todo para dizer Vimieiro, como não podia deixar de ser) não houve uma, UMA, asneira pequena de historiografia ou análise, absolutamente lido, brilhantemente resumido, os golpes de asa a que se permite têm todos 8 pés no chão, nem uma asneirola de ladecos, quem dera a metade dos historiadores cá do burgo a capacidade de análise e a todos a de transmissão... um sucesso, até eu aprendi uns rebites (e eu sei como isto soa, mas o Botas interessa-me há décadas) e eu acho que o Robert exagera na influência que o dito tinha com o Franco e discordo fundamentalmente na confluência que ele faz entre ausência de movimento de massas e ausência de culto da personalidade, eu sei que o primeiro vinha normalmente com o segundo (e quase sempre versão pai da nação ultra-masculinizado sempre de botas e com mais ou menos peitaça medalhada)... mas por cá por mais fascismo catedrático e sem movimento que fosse, o Chefe teve culto, não dum machão de botas cardadas, mas o dum severo mestre-escola “casado com a Nação”, um paizinho vá, um bocado chocho mas que é bom homem; queres ver o culto todo que ele teve, vai ver os dois volumes da minha madrinha para não ir mais longe.

Seja como for, um triunfo:

https://www.iheart.com/podcast/105-behind-the-bastards-29236323/