“Burmese Days” George Orwell, 1934.

Olho para a prateleira agora depois disto: em rigor nunca não lhe gostei de nada.

O “Triunfo dos Porcos”, lido quase como livro infanto-juvenil, foi o que se soube, mesmo que só depois lhe tenha apercebido (mais que o próximo, o “Triunfo dos Porcos” é a minha grande vacina contra o autoritarismo); depois o “84” (e o Tiago não tem redes sociais); “Homage...” e a beleza da crença por mais que momentaneamente derrotada; “Na Penúria...” “L´Établi” só que 45 anos antes, ...Wigan Pier” e novo trauma compósito... cada vez que meto com este gajo são só pontapés no miolo que só o incham.

O mamífero foi polícia na Birmânia colonizada durante 5 anos, entre os 19 e os 24 anos; escreve (ou pelo menos edita) isto depois do “Na Penúria...” mas apanha os cabrões dos brancos tão bem como o Lobo Antunes (50 anos depois) a mandar o mainato apanhar palmatoadas ao posto.

A centralidade do álcool como grande motor do império e da auto-colonização mental à Dr. Veraswami (isto foi editado tinha o Fanon 9 aninhos); o veneno da hipocrisia dos brancos se vestirem de “civilizadores” enquanto agem como ladrões e o último corruptor na cobardia, cinismo ou realismo dum Flory no “aqui na colónia (sendo branco) ou és um senhor ou morres”

Enorme auto-crítica pessoal do ex-polícia colonial, quase tudo o que o Fanon haverá de dizer mas com bonecos... esperava muito mas não isto isto: absoluta obra-prima esquecida pelos brancos bem-pensantes se calhar não por acaso...

Prenda de anos da tua irmã este ano, necessariamente.


 

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